Estudo produzido pela Ernst & Younge o Ibram apontam os obstáculos para que o setor mantenha a relevância no mercado.
A mineração foi responsável por 40% do saldo brasileiro na balança comercial em 2022 e o faturamento do setor no ano foi de R$ 250 bilhões. Dados do setor, apontam que no Brasil, 80% de toda energia elétrica utilizada é produzida a partir de fontes renováveis, enquanto a média global é de 29%. Já em relação à matriz energética, 48% provém de fontes renováveis no Brasil, enquanto a média global é de 15%. Isso significa que o potencial da mineração brasileira pode ainda ser positivamente impactado pela busca global por minerais e metais “verdes”.
Um recente estudo produzido pela Consultora Internacional, Ernst & Young-EY, em conjunto com o Instituto Brasileiro de Mineração- Ibram, identificou os principais desafios que o setor deve superar para manter a relevância dos últimos anos.
De acordo com o levantamento, ESG, geopolítica e mudanças climáticas são os temas de maior atenção para o setor de mineração e metais. O estudo “Riscos e Oportunidades de Negócios em Mineração e Metais no Brasil” traz o top 10 de riscos e oportunidades, além de um breve panorama do setor e sua relevância para a economia nacional.
A governança ambiental, social e corporativa – ESG estar no topo do ranking evidencia a importância dessa pauta para o setor, e apenas cumprir a legislação e regulamentação referentes a esses três pilares já não é suficiente num mundo que espera valor compartilhado com real impacto positivo
Um dos aspectos destacados do documento aponta a crescente busca por minerais e metais produzidos de maneira mais limpa e sustentável capazes de numa economia focada na sustentabilidade, investir na redução de carbono,de forma global, suportando toda a cadeia econômica, e também o foco na reciclagem de produtos.
Em segundo lugar no levantamento está o tema: geopolítica, que vem gerando consequências diretas no setor devido às sanções impostas para a Rússia pela União Europeia, aumento do custo de energia na Europa por conta da guerra, além das constantes tensões entre Estados Unidos e China, mudanças nas regras comerciais, impactando nos preços e influenciando o destino dos investimentos”.
O estudo identificou ainda, que quanto aos riscos, os impactos da mudança climática, como enchentes, crises no sistema elétrico, falta de água potável, entre outras questões, acrescidos de falhas na governança corporativa que comprometem a segurança socioambiental, tem consequências para os custos das empresas e, em muitos casos, inviabilizam sua licença social para operar.
As mudanças climáticas, apontado como terceiro maior ponto de atenção e oportunidade pelo estudo, exigem, entre outros aspectos, o foco na redução de emissões e investimento em pesquisa e desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços para se manter relevante no mercado a longo prazo.
Fecham a relação dos Top 10: licença para operar, custos e produtividade, interrupções na cadeia de suprimentos, força de trabalho, capital, digital e inovação e novos modelos de negócios.
Em um cenário de concorrência global por investimentos, o Brasil chama a atenção pelo potencial econômico de seus recursos minerais de alta qualidade, especialmente aqueles ligados à transição energética, a existência de potenciais sítios geológicos ainda não explorados, uma rigorosas legislação aplicável à atividade mineral, nas áreas ambiental, trabalhista e tributária, além de uma matriz elétrica de baixo carbono quando comparada a outros países, o que permite a integração positiva energia & mineração.
O Presidente do Ibram, na apresentação do estudo pontuou: “a mineração está conectada a extensas cadeias produtivas, sendo insumo para todos os setores da indústria da transformação, além de criar a expectativa de ajudar a construir comunidades prósperas, com objetivos específicos em educação, saúde e geração de renda. Nosso futuro está intimamente conectado à evolução da indústria da mineração”.